Cidade | Nome do Bem | Natureza |
Navegantes | Festa de Nossa Senhora dos Navegantes | Imaterial |
Breve Histórico:
A história do então povoado de Navegantes está ligada ao catolicismo e a devoção por Nossa Senhora dos Navegantes. Aqui viviam os navegadores fossem eles os de mar afora (marítimos) fossem eles os de mar adentro (pescadores). A devoção por Nossa Senhora dos Navegantes surgiu muito antes da construção da própria capela, para os pescadores a Nossa Senhora dos Navegantes era como um alento em meio as intempéries do mar.
A construção da primeira capela teve início em março de 1897 e a data de sua inauguração é de 2 de fevereiro de 1898. A igreja era o centro da formação do povoado e permanece até hoje como o ponto central da cidade. A imagem de Nossa Senhora dos Navegantes foi recebida pelos moradores com maior festejo em 8 de setembro de 1899 e constam em relatos que essa festa foi repetida anualmente. No entanto, por ser uma época chuvosa e fria os fiéis acharam melhor transferir as comemorações para o dia 2 de fevereiro, data em que oficialmente se comemora a festa de Nossa Senhora dos Navegantes. Nesta mesma data se celebra a devoção a Nossa Senhora do Lampadário.
No entanto, consta no Dossiê de Registro da Festa de Nossa Senhora dos Navegantes (2017, p.28) que: “Segundo relatos, a festa, inicialmente, acontecia no mês de setembro, outubro ou dezembro, anualmente e teve sua primeira atividade em 1899. No entanto, pela enorme quantidade de chuva nestes meses, a data para a festa foi remarcada, em 1905, para 02 de fevereiro, dia em que era feriado na cidade de Itajaí. Após o Concílio do Vaticano II a festa foi transferida para o domingo mais próximo do dia 02 de fevereiro. Os antigos diziam ser um dia especial, e todos tinham um grande respeito pelo momento. Acreditava-se que coisas incomuns poderiam acontecer como incêndios, naufrágios, tragédias, então todos tomavam cuidado para não fazer nada de errado nem cometer exageros.”
A festa movimentava o povoado e durante os dias que antecediam os festejos por muitos anos os moradores se organizavam e ornamentavam a rua principal, deixando assim a rua por uma extensão de 1 km toda embandeirada com hastes pintadas de branco e arcos feitos de bambus. Vale ressaltar que durante esse período Navegantes ainda era um bairro de Itajaí, bem como as cidades vizinhas de Luiz Alves e Penha e todas as cidades paravam para as festividades.
Todos se preparavam o ano inteiro para a festa de Nossa Senhora dos Navegantes. As vestimentas para a festa eram mais importantes do que as vestimentas para as comemorações do final do ano, na missa festiva era imprescindível o uso de roupas novas e estar bem trajado.
A festa dispunha sempre dos brinquedos e folguedos de sua época, as barraquinhas que vendiam santinhos, imagens, anéis e tudo o que os mercantes poderiam trazer para a venda, os quitutes das festas eram e até hoje são organizados pela igreja e suas pastorais. As bandas que animavam as festas eram Os Foliões de Itajaí e a banda Amor à Arte de Florianópolis, entre outros. Todos os populares ficavam sempre sentados ao lado da igreja nos bancos de madeira e as bandas ficavam tocando o dia todo para a animação da festa.
A procissão é um dos aspectos mais importantes da festa pois há a procissão por terra e por mar. Ambas saiam da igreja pois não cabiam todas as pessoas nos barcos e, quando a procissão fluvial chegava em terra novamente, ambas se encontravam e seguiam por mais um pequeno trajeto terrestre.
Acesse o link para baixar o arquivo completo do Dossiê de Registro da Festa de N. S. Navegantes. Referências:
ESTRELA DO MAR: Rainha dos Navegantes. Documentário. Disponível em:
COMISSÃO Municipal de Tombamentos. Dossiê de Registro da Festa de Nossa Senhora dos Navegantes. Navegantes, 26/01/2017. Disponível em:
OLIVEIRA, Didymea Lazzaris. O Navegantes que eu conto. Navegantes: Papa Terra, 2012. 400 p.
Ano de Fundação: 1896
Uso atual:
A igreja em momento algum deixou de lado a tradição e os aspectos populares da festa de Nossa Senhora dos Navegantes. Ela soube incorporar na festa aspectos importantes do imaginário popular. As crianças se vestem de marinheiros para abrir caminhos para a passagem da imagem de Nossa Senhora dos Navegantes que é carregada pelos festeiros do ano, a mesma é levada em cortejo até o ferry boat onde se iniciam o ritos da procissão fluvial pelo rio Itajaí-Açu.
Durante muitos anos a procissão por terra e pelo rio saiam da igreja pois não cabiam todas as pessoas nos barcos e quando a procissão fluvial chegava em terra novamente, as duas procissões se encontravam e seguiam por mais um trajeto.
A procissão fluvial que sempre ocorria no dia 2 de fevereiro, no feriado, foi transferida para o domingo que antecede a data, pois no domingo há a possibilidade de mais fiéis acompanharem a procissão.
Com o passar dos anos começou a ocorrer uma defasagem de barco nas procissões fluviais e um dos motivos são as normas impostas pela Capitania dos Portos para a segurança de quem participa da festa. Com o objetivo de evitar acidentes nos últimos anos há uma fiscalização para o cumprimento das normas a serem seguidas, como por exemplo, o uso de coletes salva vidas e a diminuição de pessoas nos barcos.
Quanto a alimentação, as tradicionais bananinhas e pastéis são o carro chefe da festa de Nossa Senhora dos Navegantes. Há também os jantares que são organizados por entidades sociais e dos festeiros que são responsáveis pela organização e desenvolvimento dos trabalhos durante a festa.
Nome | Santuário Nossa Senhora dos Navegantes |
E-mail Dirigente | pascom@santuariodenavegantes.com.br |
Permite Visitação | Sim |
Dificuldade Visita | Fácil |
Sinalização Indicativa | Boa |
Sinalização Interpretativa | Nenhuma |
Tipo de Acesso | Pavimentado |
Acessibilidade | Sim |
Sinal de telefonia móvel | Sim |
Serviços regulares | Oferta alimentar |
Atividades Esporádicas | Apresentações |
Tipo Proprietário | Privada |
Nome Proprietário | Santuário Nossa Senhora dos Navegantes |
Endereço proprietário | Travessa Valdemar Vieira, 42, Centro - Navegantes |
Telefone Proprietário | (47) 3342-1082 |
Bem tombado ou Registrado? | Sim |
Grau de Proteção do Tombo | Municipal |
Pontos Fortes:
Festa tradicional da religião católica na cidade. Reforça a identidade cultural.
Há uma preocupação com a memória da festa por parte da administração da paróquia. Envolve a comunidade na organização e execução da festa.
Registrada como patrimônio imaterial de Navegantes.
Pontos Fracos:
Anualmente há uma baixa na quantidade de barcos que participam da procissão fluvial. Intolerância religiosa.
Diminuição da pesca artesanal.
Direcionamentos:
Definir uma estratégia que possibilite trazer as empresas de pesca novamente para participarem com seus barcos da procissão fluvial.
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