Cidade Nome do Bem Natureza
Navegantes Teatro Imaterial


 

Breve Histórico:

Em Navegantes o teatro existe a mais de um século porém, não há registros do movimento de teatro antes do século XIX. Maria Gaya nasceu em Navegantes no final do século XIX, era conhecida pelo bairro de Navegantes como Zica. Começou o teatro formando grupinhos. Nessa época, entre 1900 e 1940 em Navegantes, as crianças brincavam muito de teatro. Tinha circo. E como existia a facilidade de ter cordas (cipó), as crianças brincavam de trapézio, pois tinha muitas árvores em Navegantes e elas faziam apresentação entre elas. No começo do século XX (1900), Zica começou  a montar grupo com jovens, peças e organizar apresentações. Quando tinha algum papel mais difícil de representar como um choro ou sátira, ela mesma fazia. Um pouco antes da Zica sair de cena, simultaneamente, Benta da Silva Palumbo, mais conhecida como Bentica, começou a movimentar o teatro em Navegantes. Era final de 1940. Nascida em Navegantes, em 22/02/1924, Bentica era uma artista por vocação, com um acessório, conseguia improvisar uma peça e incorporar uma personagem engraçada. No teatro ela era inigualável e tinha uma expressão corporal que era como uma dádiva de Deus. Ela mesma fazia suas peças e dirigia com uma competência incrível, pois era líder nata. Suas apresentações aconteciam em Navegantes e cidades vizinhas. Ela levava os seus atores e atrizes jovens para as apresentações. Bentica movimentou teatro até o final dos anos 1970. Faleceu no dia 13 de janeiro de 1990.

 

Já Omar Azevedo de Oliveira, nascido em 1 de dezembro de 1958, em Santos, passou a morar em Navegantes em fins de 1975, na sua adolescência. Sua mãe, Domícia Azevedo, é natural de Navegantes, e seu pai, Dario Leite de Oliveira, de São Sebastião do Rio de Janeiro. Omar sempre foi um idealista, uma marca numa época em que as pessoas esqueciam de viver, esfriando as suas emoções, numa época em que as pessoas trabalhavam duro para conseguir a comida do dia a dia. Omar dedica grande parte da vida às artes em geral e ao fazer teatral, em especial. Ele se formou professor por insistência de Vilma Rebelo Mafra, sua professora que, dizia, enxergar seu talento. Mas ele queria mesmo era ser artista, viver e fazer arte, mesmo tendo consciência de que não dava para ser somente um artista, pois isso não o daria sustento.

 

Apesar de o Omar não considerar que, naquela época do seu segundo grau (ensino médio atual), ele já dava aulas de teatro, a professora Vilma avaliava aqueles encontros do grupo que o próprio Omar montou e dirigiu como sendo sim um curso de teatro, só que sem certificação, pois o Omar preparava todas dinâmicas, as atividades e jogos teatrais, os laboratórios, as leituras e os ensaios para as peças da escola acontecerem, sem ter formação acadêmica para tal.

 

Importante ressaltar que ele, incentivado pela professora Vilma, escreveu uma peça com partes selecionadas de obras de José de Alencar para apresentar na escola. Na primeira montagem, a maioria do elenco era da turma dele, sendo mais de vinte participantes em cena. No enredo, tem-se que um professor de literatura montava uma mostra das obras de José de Alencar e convidava para a exposição as autoridades da cidade, como o prefeito, juiz, delegado, secretária da educação, padre e outros representantes da comunidade.

 

Formando-se no ensino médio, Omar logo ingressou na faculdade, em 1980, na então Fundação de Ensino do Pólo Geoeducacional do Vale do Itajaí (Fepevi), atual Universidade do Vale do Itajaí (Univali). Nesse meio tempo, a professora Vilma chamou-o para trabalhar como estagiário no Colégio Salesiano, na cidade de Itajaí, e, lá, eles conseguiram finalmente apresentar a peça que foi banida em Navegantes. Já frequentando o curso de Letras, Omar ajudou a organizar e participou diversas vezes do evento Noite de Letras’, que ocorria periodicamente para a apresentação de leituras de textos, declamações e outras modalidades.

 

Sempre apaixonado pelas artes, e principalmente pelo teatro, ele participou de vários grupos, entre eles, o Grupo Chave e o Grupo Mensagem Acadêmica de Teatro.

 

Em 2002, depois de ministrar um curso de teatro na Fundação Cultural de Navegantes, ele formou o Grupo Oficina da Cena cujo trabalho de destaque, dentre tantos elaborados, é o espetáculo Quarentena da Paixão, apresentado na sexta-feira santa. Em algumas edições, a peça chegou a contar com mais de 60 atores envolvidos. Foram feitas muitas apresentações na cidade de Navegantes e haveria muito mais ainda o que se escrever acerca disso para garantir-se o registro da história do teatro local, já que Omar é o único representante vivo dessa longa jornada pelo fazer teatral navegantino.

 

Referências:

 

OLIVEIRA, Didymea Lazzaris. O Navegantes que eu conto. Navegantes: Papa Terra, 2012. 400 p.

Uso atual:

Existem alguns grupos e artistas que estão produzindo cursos e peças de teatro em Navegantes. A Fundação Cultural de Navegantes mantêm um curso de teatro junto às oficinas de artes.

Há o Festival de Teatro de Rua também promovido pela Fundação Cultural de Navegantes.



 
Nome Fundação Cultural de Navegante
Nome Dirigente Graziela Cristiane Corrêa
E-mail Dirigente cultura@navegantes.sc.gov.br
Telefone Dirigente (47) 3185-2013
Permite Visitação Sim
Dificuldade Visita Fácil
Sinalização Indicativa Nenhuma
Sinalização Interpretativa Pouca
Tipo de Acesso Pavimentado
Acessibilidade Sim
Sinal de telefonia móvel Sim
Serviços regulares Aulas, Palestras, Cursos, Visitas guiadas
Atividades Esporádicas Apresentações, Exposições, Palestras, Outros
Tipo Proprietário Público
Nome Proprietário Escola de Arte Dona Bentica
Bem tombado ou Registrado? Não


 

Pontos Fortes:

Há um festival de teatro de rua.

Fundação Cultural de Navegantes promove cursos sobre o tema. Existem grupos de teatro na cidade.

Existe o Fundo Municipal de Cultura e a Lei Muncipal de Incentivo a Cultura para submissão de projetos para fomento do teatro.

 

Pontos Fracos:

Insuficiente divulgação dos grupos em funcionamento na cidade.

Não há uma aproximação de peças e grupos de teatro para com as comunidades do interior.

Direcionamentos:

Identificar os grupos de teatro da cidade. Criar um registro para os atores da cidade. Fomentar as ações dos grupos de teatro.

Desenvolver um circuito de apresentações nos bairros. Abrir mais turmas de teatro.

Buscar a história e as referências desses grupos que formaram o teatro em Navegantes.

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